Um Consultor Imobiliário que tenha o privilégio de ser o angariador do imóvel, sempre que, por um colega, é solicitado a partilhar a sua comissão, se quiser cair em tentação, usa “areias” para emperrar o eventual negócio.
Acontece que, mais que concretizar negócios hoje, há que estabelecer linhas de conduta para, “no amanhã”, de forma automática, às vezes sem darmos conta, colhermos frutos a dobrar.
Dou-vos um exemplo que aconteceu com uma colega. Ela estava a promover a venda de um apartamento. Fruto de algumas visitas, resultaram duas propostas. Uma das propostas proveio de um cliente comprador dela, outra de um cliente comprador de outro colega dela.
Caso o negócio fosse fechado com o cliente da minha colega, ela receberia 100% da comissão, caso fosse com o cliente do colega dela, só receberia 50%.
Durante a negociação, a minha colega sugeriu à parte vendedora o seguinte: o primeiro (dos dois proponentes) que cumprisse o valor e o sinal contraproposto seria o “vencedor”. A parte vendedora aceitou.
O que é que ela fez? Colocou em pé de igualdade os dois potenciais compradores, o dela e o do colega dela. Resultado: o imóvel foi reservado ao cliente do colega.
Há uns dias estava a conversar com essa minha colega sobre o assunto.
Aquele negócio sempre foi para a frente? — Perguntei eu curioso.
Sim, foi reservado àquele colega que te falei. — Respondeu ela.
É o que é, certo? — Perguntei de novo.
Fiz o que tinha de fazer. Sabes… acabei de encontrar outro imóvel para os meus clientes; criei uma “aliança” para o futuro com o tal colega com quem fechei negócio; os vendedores reconheceram a atitude e já me referenciaram a dois dos seus amigos, o que resultou em mais dois imóveis para promover, aliás, um deles já reservado; eles próprios têm uma casa que mais adiante querem que a promova também, mas principalmente a minha equipa assimilou o princípio. — Estas foram as suas palavras.